terça-feira, 8 de abril de 2014

O Título

O título da obra O Tempo das Pedras – Carta Arqueológica de Mora insere-se num conceito que tenho vindo a desenvolver e que, simplificando, encara as Cartas Arqueológicas como instrumentos de Arqueologia Pública e não apenas como ferramentas cieníficas para uso exclusivo de arqueólogos.
A dimensão artística e literária são, nesse conceito, pedras angulares de uma Carta Arqueológica.
Os outros  trabalhos que publiquei nessa linha – em termos de título – são O Tempo do Risco- Nova Carta Arqueológica de Sesimbra (2006) e O Tempo dos Deuses- Carta Arqueológica do Alandroal (2013).
Em todos eles, o título foi ideia minha.


Capa do livro "O Tempo dos Deuses - Nova Carta Arqueológica do Alandroal"

Provincianismo universitário?




Sobre a participação do Jorge Oliveira no lançamento do livro – atendendo a que a sua participação na feitura do mesmo tinha sido nula – só posso interpretá-la como tendo sido feita em nome da Universidade de Évora.
Ora, nessa altura, eu era (até Dezembro de 2012) Professor na Universidade de Lisboa. Como fui o autor principal e coordenador efectivo da obra, como se explica que esta Universidade não estivesse representada?
De resto, leia-se, neste blog,  a descrição, no cabeçalho:

Carta Arqueológica de Mora. Projecto desenvolvido por uma equipa das Universidades de Lisboa e de Évora, com o apoio da Câmara Municipal de Mora.

Um exemplo de provincianismo universitário?
Será que a Universidade de Évora, como Instituição, se revê neste gesto de “pirataria intelectual”? Duvido…

Analfabetismo académico




Quanto ao único texto em que se exigia um pouco mais do que “copy-past”, a cartela sobre a Anta do Monte das Figueiras, é um bom exemplo da capacidade de análise e de interpretação da autora.
Para além de ter optado por uma fazer uma versão (pouco) adaptada do Relatório de Escavação, feito uns anos antes, apresenta uma interpretação do sítio completamente inaceitável, face aos dados entretanto surgidos.
Em síntese, na escavação do monumento, muito destruído, foram registados alguns materiais da Idade do Ferro.
A autora interpretou o facto como sendo uma destruição do monumento na Idade do Ferro. 
Ora, uns anos depois da dita escavação, foi escavada uma sepulturamegalítica do mesmo tipo, na região, em que se confirmou, sem sombra para dúvidas, que o monumento, construído como era suposto no Neolítico, tinha sido reutilizado na Idade do Ferro. Reutilizado, mas não destruído.
O mais interessante é que o Relatório de Escavação deste monumento, particularmente bem conservado em termos estruturais e estyratigráficos, foi assinado pela Leonor Rocha.
Quando lhe chamei a atenção para o disparate desse texto, respondeu-me que o dera a ler a alguém doutorado, que o tinha achado bom.
Aceitam-se apostas sobre quem seria este ilustre “doutor”…

O Catálogo



O Catálogo foi (a par dos 3 textos que assinou individualmente e de outro assinado com o Rui Mataloto) uma das tarefas atribuídas, na planificação inicial da obra, à Leonor Rocha.
Tratava-se de transcrever, para uma base de dados, as informações contidas no Caderno de Campo. Tarefa básica, portanto.
Só que, para a executar convenientemente, era necessário normalizar textos e fazer opções conceptuais, tendo em conta que esse material se destinava a permitir uma cartografia digital (tarefa atribuída ao Pedro Alvim) e que a linguagem usada nos cadernos de campo deve, por definição, ser editada.
Ora, a primeira versão, que foi enviada aos colegas (eu e o Pedro Alvim), teve que ser extensamente remodelada, até se chegar à versão definitiva (guardo os emails com o making off).

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Qualitativamente...

No post anterior, analisei os dados quantitativos, relativos à autoria do livro O Tempo das Pedras - Carta Arqueológica de Mora, para que, quem estiver interessado, entenda o significado do lançamento público da obra, sem que eu estivesse presente, nem tivesse sido convidado.

Mas vejamos, numa perspectiva mais qualitativa:


1. Excluindo, por ora, o Catálogo, assinado pelos 3 coordenadores da obra (Leonor Rocha, Pedro Alvim e Manuel Calado) e os textos dos autores convidados (Emmanuel Mens e André Carneiro) :


-   Os textos específicos sobre sítios concretos (cartelas), distribuem-se da seguinte forma:

Manuel Calado: 2 textos
Pedro Alvim: 2 textos
Leonor Rocha: 1, 5 texto (admitindo que o texto com o Rui Mataloto foi feito a meias)



- Os restantes textos distribuem-se como segue:

Manuel Calado: 6
Leonor Rocha: 2


Porém, vejamos numa perspectiva qualitativa: os 2 textos da Leonor Rocha são a "História da Investigação" e a "Metodologia", isto é, textos que não exigem praticamente nenhuma reflexão nem competência teórica. São textos de copy-past, facilmente adaptáveis a partir de outras publicações congéneres.
Mesmo assim, o texto da Metodologia acabou por ser praticamente escrito por mim próprio, com a concordância de quem o assina (tenho guardados os emails que comprovam isto)...


domingo, 6 de abril de 2014

Ao que isto chegou...




 O lançamento do livro "O Tempo das Pedras- Carta Arqueológica de Mora" (veja-se o penúltimo post) foi, no mínimo, um episódio deontologicamente duvidoso, para não dizer um vergonhoso atentado aos meus direitos como autor.
Não fui convidado para o lançamento público de um livro em que fui um dos autores.
Porém, contece que eu não fui apenas um dos autores que assinaram o trabalho.
Basta dar uma vista de olhos rápida, pelo índice do livro, para verificar que a maioria dos textos são da minha autoria.
Numa contabilidade rápida, apenas de tipo quantitativo, pondo de lado o Catálogo, assinado pelos 3 coordenadores da obra, o resultado é o seguinte:
Manuel Calado: 18 páginas, distribuídas por 8 textos.
Leonor Rocha: 8, 5 páginas, distribuídas por 4 textos (admitindo que, no texto assinado com o Rui Mataloto, cada um tenha escrito metade).
Pedro Alvim: 4 páginas, distribuídas por 2 textos.
Emmanuel Mens, 3 páginas, num único texto.
André Carneiro: 3 páginas, num único texto.
Rui Mataloto: 1, 5 páginas, num único texto (admitindo, mais uma vez,  que, no texto assinado com a Leonor Rocha, cada um tenha escrito metade).

Gráfico com a representação do número de textos de cada autor.



Gráfico com representação do número de páginas de cada autor.